Há algum tempo, falamos por aqui sobre o improvável sucesso do Sleep Token com os singles de seu álbum Take Me Back to Eden, lançado nesta sexta-feira (19).
Criada na cena Metal, a banda conseguiu furar a bolha sem perder a sua identidade: o peso ainda se fazia presente, mas em diversos momentos deu espaço para a criatividade e elevou a sonoridade do grupo a algo único. É claro que o visual misterioso e moderno também colabora para o sucesso, especialmente nas redes sociais, mas o Sleep Token vai muito além da estética.
O grande mérito de Take Me Back to Eden é simplesmente se permitir. A banda parece não impor limites a si mesma no álbum, que conta com 12 músicas e mais de uma hora — algo que parece surreal nos dias de hoje e que só acontece graças à presença de algumas faixas bem longas, como a homônima do disco que tem mais de 8 minutos.
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Sleep Token prova que ainda é possível inovar dentro do Metal
A segunda mais longa, “Ascensionism”, é talvez o ponto alto do trabalho. Assim como em boa parte do trabalho, influências que vão muito além do Rock e Metal se fazem presentes e criam uma atmosfera única e inovadora.
Na canção citada, por exemplo, é possível identificar fortes elementos do Rap e até do Trap que se somam ao peso das guitarras, criando algo que soa moderno e novo e, como se vê claramente através dos números de streams, conversa com um público muito maior do que boa parte dos grupos de Metal.
A própria faixa-título é outro grande exemplo, comprovando que é nas músicas longas que o Sleep Token realmente tem espaço para mostrar tudo que tem de melhor. Contando com um breakdown pesadíssimo com gritos e riffs que pesam até na alma, a música “acostuma” o ouvinte com sua existência por quase oito minutos até levá-lo para essa sonoridade mais extrema — outro mérito de uma banda que entende dinâmicas e como aumentar seu alcance sem se perder.
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Take Me Back to Eden traz influências do Death Metal ao Folk e Jazz
Um dos singles mais bem-sucedidos de Take Me Back to Eden foi “The Summoning”, que viralizou no TikTok por conta de um trecho cheio de groove que remete a influências de Jazz, Funk e Soul.
Essa ausência de limitações se traduz também na última música, “Euclid”, que soa como uma balada Pop que reúne elementos radiofônicos novos e antigos cercada por riffs pesados de um jeito que nenhuma descrição faz jus.
Da mesma forma, em “DYWTYLM”, a banda explora sonoridades que não parecem pertencer ao seu nicho e faz com que elas se encaixem à sua proposta, criando algo fascinante.
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A importância de Take Me Back to Eden para a música pesada de forma geral é algo que ainda vai ser mensurado. Talvez a única comparação justa para o Sleep Token neste momento seja com o Bring Me the Horizon, que há alguns anos deu vida nova a um gênero que parecia fadado a desaparecer em meio à nova geração.
Assim como o BMTH, a misteriosa banda mascarada se coloca em posição de conversar com o futuro de seu gênero sem abrir mão do presente e do passado. Aos mais tradicionais, basta estar disposto a entender a evolução sonora dos tempos modernos para ser conquistado pelo Sleep Token, que tem tudo para liderar um movimento nos próximos anos.
Ouça Take Me Back to Eden a seguir!
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