Planta & Raiz promete um dos shows mais imperdíveis do Lollapalooza Brasil 2023. Além de celebrar os 25 anos de existência, a banda independente de reggae formada por Zeider (vocal), Fernandinho (guitarra), Franja (guitarra), Samambaia (baixo) e Juliano (bateria) contará com um convidado mais do que especial: Olodum.
No festival, a apresentação do grupo está marcada para o dia 24 de março, às 13h20 (horário de Brasília) no Palco Adidas. Durante entrevista à Rolling Stone Brasil, Zeider falou sobre as expectativas da banda para o show, o que fãs podem esperar, a importância do Olodum para a música brasileira e muito mais.
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Claro, Zeider se mostrou muito empolgado para participar da 10ª edição do Lollapalooza no Brasil, e destacou a importância disso. “Chegar no Lollapalooza é a realização de um sonho, tocar em um dos maiores festivais do mundo. Vejo como uma vitrine, uma janelona aberta e a gente ali.”
Isso é demais, porque a gente mais quer é poder mostrar a nossa música para o maior número de pessoas possível, e o Lolla é muito legal para isso.
“Temos 25 anos de estrada, então nosso show está bonitão, a gente vai com o coraçãozão aberto, esperando o coração da galera para receber nosso reggae,” continuou o cantor. “Também contaremos com uma participação mais que especial da galera do Olodum, né, então a gente vai chegar com os bumbão, com os tamborzão e vamos fazer uma batucada lá com o nosso reggae.”
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Abaixo, leia a entrevista completa com Zeider, do Planta & Raiz:
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Quais são as expectativas para o show no Lollapalooza?
A gente está amarradão. Lollapalooza é um dos maiores festivais do mundo, e para gente poder representar o reggae, que é algo sensacional, e também representar a música independente, já que a gente não tem gravadora e constrói nossa parada, desde sempre. Então chegar no Lollapalooza é a realização de um sonho, tocar em um dos maiores festivais do mundo. Vejo como uma vitrine, uma janelona aberta e a gente ali. Isso é demais, porque a gente mais quer é poder mostrar a nossa música para o maior número de pessoas possível, e o Lolla é muito legal para isso.
Lá tem todos os tipos de pessoas, galera que ouve todos os tipos de som. E num festival como esse, as pessoas estão abertas para conhecer novas bandas, apaixonar-se por novas músicas, novos artistas.
Temos 25 anos de estrada, então nosso show está bonitão, a gente vai com o coraçãozão aberto, esperando o coração da galera para receber nosso reggae. Também contaremos com uma participação mais que especial da galera do Olodum, né, então a gente vai chegar com os bumbão, com os tamborzão e vamos fazer uma batucada lá com o nosso reggae.
O que seus fãs e público do festival podem esperar da apresentação?
A gente ensaiou bastante e estamos vindo do lançamento de um acústico, que é o nosso projeto de 25 anos, então estamos muito afiados, as canções estão lindas. A gente tem conseguido fazer com que nosso show seja uma coisa só, quando você sente que está todo mundo na mesma conexão, jogando no universo as mesmas coisas… então a energia tem sido maravilhosa – e o que causa isso é música.
A gente não vai fazer o show acústico no Lolla, a gente tá preparando um show ali especial, com a presença do Olodum. Então prepara o coração, pros fãs, prepara o coração, e para quem estiver curtindo vai gostar.
Vocês serão primeira banda de reggae nacional a se apresentar no Lollapalooza. Quais são seus sentimentos sobre isso?
Um sonho realizado. Acho que só vou sentir essa energia depois show porque é muita expectativa. A gente já está acostumado com esse lance de ter os shows, apesar do Lolla ser uma coisa que mexe muito mais conosco, já tem uma técnica de controlar a ansiedade, de segurar a onda para ‘explodir’ na hora, soltar tudo.
Vai ser isso: explosão da nossa adrenalina, não só a minha, mas como da galera da banda, meus parceiros músicos que vão estar no palco. Não vejo a hora de botar fogo no palcão.
Você acha que existe algum motivo para essa demora em ter reggae nacional no line-up do Lolla?
Eu acho que o reggae tem se consolidado no tempo dele. Geralmente as bandas do gênero são independentes, a gente tem ali o nosso movimento, nossos festivais, sabe? É uma coisa muito grande e muito legal, também. Essa oportunidade surgiu através do Marcelo Beraldo, que está encabeçando a T4F.
A gente devia ter tocado ano passado, porque a gente estava na lista de 2022, mas acabou não rolando o nosso show, pelo fato das chuvas e trovões. Tinha chovido muito um dia antes e caiu uma estrutura. Então todo mundo ficou apreensivo, e quando o céu começou a fechar, começou a cair uns trovões e pediram para segurar um pouco, com a galera se afastando do palco. Nosso show era nesse meio tempo e ficou para edição de 2023.
Aí a gente vê que tudo acontece do jeito que precisa acontecer, mesmo. Foi f***, sim. Da gente não tocar [em 2022] com figurino, ensaiado com p*** show pronto, arte de telão, vídeos e imagens muito loucas… mas graças a Deus esse ano a gente fazer nosso show e adrenalina está até maior.
Para você, qual a situação atual do reggae no Brasil? O que podemos esperar do futuro do gênero no país?
Eu acho que o reggae já expandiu. Em vários momentos do Brasil a gente teve muita música reggae na rádio. Tem Cidade Negra que acabou sendo um lance que fomentou o movimento. A gente já tinha também outras bandas tocando, o próprio Edson Gomes, enfim, a galera mais das antigas e todo movimento que já acontecia.
Nos anos 1990, minha geração ouviu muito Bob Marley e todo reggae da Jamaica e foi muito inspirada pelo reggae e pela natureza. As bandas começaram a surgir e se profissionalizar. Hoje, a gente tem o Natiruts, que saiu totalmente desse âmbito do reggae, continua lá, mas já expandiu, tocando em festivais pelo mundo. Também temos o Maneva, que também está com uma linguagem legal do reggae, com músicas e letras boas. O reggae só cresce.
Eu acho que falta um pouco de espaço na mídia, mesmo, de transmitir essa mensagem também. Isso até pelo fato também da galera do reggae ser autoprodutiva. Falta uma estrutura para o reggae atingir a mídia, e ser visto por aquelas pessoas que não são do nosso nicho.
Qual o motivo de trazer Olodum para o palco? Como foi esse convite?
A gente é louco pelo Olodum, uma referência desde sempre assim. Desde ritmo, musicalidade, alegria, cultura a história. A gente achou da hora somar isso conosco, porque tem tudo a ver com a nossa parada, que é o lance do coração, da entrega…
Na real, o Denny Conceição, nosso percussionista que é baiano, falou do Olodum em um dos nossos ensaios do Lolla. Isso ficou na cabeça. A gente queria que esse show especial tivesse uma participação especial, ter alguém muito f*** que represente o reggae, as raízes da música que a gente escolheu. A Jana, que trabalha com a gente, falou: Vamos chamar o Olodum.’ Na hora a gente ficou muito feliz e decidiu isso. Já ligamos para os caras, pegamos o contato. Rolou uma sinergia e vai ser lindo! Estamos só por esse dia.
Qual a importância do Olodum para música brasileira?
Além do Michael Jackson, eles tocaram com quase todos os artistas na época dos anos 1980 e 1990. Eles criaram um estilo musical, o samba-reggae, que é aquela batidona característica através do reggae, com os tambores. E cantando histórias: falavam sobre o Egito, as histórias de Faraó, etc. Os caras já fora da caixinha. Enquanto a galera fazia música pop, eles inventavam um estilo contando a história do povo preto da Bahia, das raízes e origens.
São fundação do ritmo no Brasil, tanto que gravaram com Michael Jackson e vários artistas gringos. É uma honra fazer um show com essa história agregado com a nossa.
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