10 bandas de rock que completam 40 anos de existência em 2023 [LISTA]

O ano de 1983 foi crucial para a música. Foi o ano de Michael Jackson, que enfim desfrutava do enorme sucesso de Thriller, lançado no fim de 1982. Também trouxe David Bowie de volta à boa forma, com Let’s Dance. O The Police lançou seu último e mais bem-sucedido álbum, Synchronicity. E por aí vai.

Mas você sabia que uma série de bandas importantes nos anos seguintes foram criadas em 1983? A lista a seguir apresenta algumas delas.

+++LEIA MAIS: Há 30 anos, Nirvana fazia um dos piores shows da carreira em São Paulo

Red Hot Chili Peppers

A história que nos leva à criação do Red Hot Chili Peppers começa, na verdade, em 1982. Mas por uma série de razões, a banda só começou mesmo em 1983.

O primeiro show do grupo, ainda sem o nome que o tornou famoso, aconteceu em dezembro de 1982 num clube chamado Grandia Room, em Hollywood, nos Estados Unidos. Cerca de 30 pessoas compareceram. A formação consistia em Anthony Kiedis no vocal, Flea no baixo, Hillel Slovak na guitarra e Jack Irons na bateria.

+++LEIA MAIS: Red Hot Chili Peppers era ruim nos anos 80, segundo antigo produtor

O problema é que Slovak e Irons não poderiam continuar no novo projeto, pois já estavam comprometidos com outra banda, o What is This?, que já tinha até contrato com gravadora. Então, eles foram substituídos por Jack Sherman na guitarra e Cliff Martinez na bateria. Curiosamente, Hillel e Jack voltaram depois, mas embora a banda tivesse começado com eles, ainda não era exatamente o Chili Peppers.

Foi com Jack Sherman e Cliff Martinez que Anthony Kiedis e Flea gravaram o primeiro disco da banda, homônimo e lançado em 1984. O vocalista e o baixista, aliás, são os únicos presentes em todas as formações da história da banda, que só estouraria para a fama no início da década seguinte.

+++LEIA MAIS: Flea admite não ser tão próximo de Chad Smith, seu colega de Red Hot Chili Peppers

Bon Jovi

A história do Bon Jovi se confunde com a de seu criador, Jon Bon Jovi. O vocalista transitou por várias bandas de sua terra natal, Nova Jersey, até estabelecer um projeto próprio. Em 1980, ele lançou uma canção solo, “Runaway”, gravada com músicos contratados e produzida no estúdio de seu primo, Tony Bongiovi, um profissional já conceituado na área. A faixa foi refeita em 1982 com outros instrumentistas.

Conforme “Runaway” começava a tocar nas rádios, Jon Bon Jovi deixou de pensar no projeto como algo solo e formou uma banda propriamente dita. Primeiro, ele chamou o tecladista David Bryan, que logo trouxe consigo o baixista Alec John Such e o baterista Tico Torres. A dupla de “cozinha” tocava no Phantom’s Opera ao lado de um guitarrista chamado Richie Sambora, também trazido para o projeto.

Bon Jovi: Qual música é mais tocada da banda no Brasil?

Torres e Sambora eram os mais experientes: o primeiro já havia tocado com Alice Cooper, Chuck Berry, Pat Benatar e Franke and the Knockouts, entre outros; já o segundo havia excursionando com Joe Cocker e feito teste para entrar no Kiss.

Mas por pouco o guitarrista não ficou de fora. A intenção inicial era incluir Dave “Snake” Sabo, amigo de infância de Jon. Os dois fizeram uma promessa ainda jovens que iriam se transformar em astros do rock juntos. Não deu neste caso, mas Sabo formou outra banda, o Skid Row, que foi auxiliada por Jon em seus primeiros passos.

+++LEIA MAIS: Por que vídeo de Jon Bon Jovi cantando ‘Here Comes the Sun’ virou piada na internet?

Megadeth

Uma das histórias de formação de banda mais célebres do rock é a do Megadeth. O grupo foi criado por Dave Mustaine assim que ele foi demitido do Metallica, em 1983. Na função de guitarrista, ele demonstrava muito talento e facilidade para compor músicas, mas ao mesmo tempo tinha uma personalidade difícil e problemas com álcool.

Toda a história da dispensa de Mustaine foi traumática e envolveu até brigas físicas com seus ex-colegas. A banda formada em Los Angeles estava em Nova York quando decidiu tirar o guitarrista. Os remanescentes arrumaram as malas e os equipamentos do agora ex-colega, levaram-no até o terminal de ônibus e o colocaram de volta para L.A., em uma viagem de quase 4 mil quilômetros e aproximadamente dois dias de duração.

Por tudo isso, Dave Mustaine guardou enorme ressentimento dos ex-colegas e já começou a pensar em uma nova banda enquanto ainda estava no ônibus. A promessa era criar um grupo que fosse “melhor e mais pesado” e seu anterior. Recrutou o baixista David Ellefson e contou com vários músicos até chamar Chris Poland para a guitarra e Gar Samuelson para a bateria. O álbum de estreia, Killing Is My Business… and Business Is Good!, saiu em 1985.

+++LEIA MAIS: Metallica tem medo de tocar com o Megadeth? Dave Mustaine questiona

The Cult

As origens do The Cult, na verdade, datam de 1981. Só que com outro nome e outros envolvidos.

Naquele ano, o vocalista Ian Astbury formou uma banda chamada Southern Death Cult, trazendo Buzz Burrows (guitarra), Barry Jepson (baixo) e Aki Nawaz Qureshi (bateria) e carregando influências que iam do post-punk ao gótico. Conseguiram contrato com gravadora, lançaram um single e saíram em turnê. Porém, as atividades foram encerradas em 1983.

Entra em cena o guitarrista Billy Duffy, que já havia tocado com Morrissey (The Smiths) e se tornaria o grande parceiro artístico de Ian Astbury. Os dois formaram uma banda chamada Death Cult, completa por Jamie Stewart (baixo) e Ray Mondo (bateria). O EP de estreia Death Cult saiu em 1983. Não demorou até que o nome fosse encurtado para The Cult. O álbum inaugural, Dreamtine, chegou a público em 1984.

+++LEIA MAIS: Documentário sobre festival trata de piada polêmica que baniu NOFX dos EUA

NOFX

Futuramente conhecido como Fat Mike, o vocalista e baixista Mike Burkett fundou o NOFX em 1983. O grupo completo por Eric Melvin (guitarra) e Erik “Smelly” Sandin (bateria) se tornaria uma das grandes referências do skate punk americano, mas apenas na década seguinte.

A ideia do nome NOFX (inicialmente gravado NO-FX para soar como “no effects” – ou “sem efeitos”) surgiu de Melvin, inspirado pelo nome de outra banda, Negative FX. A intenção era mostrar que o som dos caras não tinha qualquer manipulação: era aquilo que eles estavam tocando e só, nada de maquiar com efeitos ou disfarces.

Um fato curioso é que os três integrantes fundadores continuam no NOFX até hoje, embora Eric Melvin e Smelly tenham tido breves saídas na década de 1980. O guitarrista solo Aaron “El Hefe” se juntou ao projeto em 1991, fazendo virar um quarteto.

+++LEIA MAIS: NOFX lança disco após depressão e abuso de drogas de Fat Mike: ‘Eu estava em um lugar escuro’ [ENTREVISTA]

The Stone Roses

Uma das bandas mais emblemáticas do Reino Unido, o The Stone Roses foi criado em 1983, em Manchester, na Inglaterra. Até pelo nome da cidade de onde vieram, o grupo é creditado como um dos responsáveis pelo movimento Madchester, que trouxe artistas misturando rock alternativo com elementos da música sessentista.

O projeto tem suas origens em 1980, com o vocalista Ian Brown (à época como baixista), o guitarrista John Squire, o vocalista e guitarrista Andy Couzens e o baterista Simon Wolstencroft em uma banda chamada The Patrol, influenciada pelo The Clash. No ano seguinte, eles desanimaram e romperam; chegou ao ponto de Brown vender seu baixo.

Outras bandas foram montadas até chegarmos a 1983, onde o The Stone Roses nasceu, tendo Ian Brown já nos vocais e Pete Garner no baixo, além de John Squire, Andy Couzents e Simon Wolstencroft. Os dois últimos não duraram por muito tempo, além de Garner. A formação que gravou o álbum de estreia, lançado em 1989, trouxe Brown, Squire, o baixista Mani (Gary Mounfield) e o baterista Reni (Alan Wren).

Poison

Uma das bandas mais populares do chamado hard rock oitentista, o Poison foi criado na pequena cidade de Mechanicsburg, no estado americano da Pensilvânia. Chamava-se Paris e tem origens ainda de 1979, com projetos do vocalista Bret Michaels, que logo se envolveu com o baterista Rikki Rockett.

O guitarrista Matt Smith e o baixista Bobby Dall entraram não muito tempo depois. O projeto passou a tocar em várias casas noturnas até que em 1983 foi tomada a decisão de mudar o nome para Poison e migrar para Los Angeles, onde o hard rock da época ganhava força. Em 1985, Smith abandonou o posto, pois queria ter uma vida mais calma.

Vários guitarristas foram testados para substitui-lo, inclusive Slash, futuramente consagrado com o Guns N’ Roses e recusado por ser “feio demais”. A vaga ficou com C.C. DeVille. O álbum de estreia Look What the Cat Dragged In saiu em 1986, mas só estourou mesmo no ano seguinte.

Cinderella

Outro nome de destaque da cena glam metal, o Cinderella foi criado em 1983 por Tom Keifer (voz e guitarra), Eric Brittingham (baixo), Michael Schermick (guitarra) e Tony Destra (bateria). Os dois últimos saíram e formaram o Britney Fox, outro grupo que se destacou, mas sem Destra, que morreu em 1987.

Levou algum tempo até que o Cinderella conseguisse um contrato de gravadora — e foram ajudados justamente por Jon Bon Jovi, líder de outra banda formada em 1983. O cantor ajudou os colegas da Filadélfia após Gene Simmons, vocalista e baixista do Kiss, ter demonstrado interesse em ajudá-los, mas não conseguido.

Em 1985, o guitarrista Jeff LaBar e o baterista Jim Drnec se juntaram ao grupo. O álbum de estreia Night Songs saiu em 1986, mas Drnec não tocou, sendo substituído pelo músico de estúdio Jody Cortez. A vaga ficou em definitivo com Fred Coury.

Hollywood Rose

Espera aí: quem diabos é Hollywood Rose? A banda não existe desde 1985, mas você certamente conhece o que ela “rendeu” ao mundo.

Criado em 1983, o grupo de hard rock fundou as bases do que se tornaria o Guns N’ Roses — curiosamente, fundindo outra banda que passou a existir naquele ano, o L.A. Guns, mas que teve vida própria após a fusão não dar certo.

O projeto foi fundado pelo guitarrista Chris Weber, que chamou o guitarrista Izzy Stradlin. O músico trouxe consigo o vocalista Axl Rose, seu amigo de outro grupo, Rapidfire. Em algum momento de sua existência, o Hollywood Rose também teve Slash na guitarra e Steven Adler na bateria. Porém, a formação que gravou o único material da banda, disponível na compilação The Roots of Guns N’ Roses (2004), trazia Rose no vocal, Stradlin e Tracii Guns (do L.A. Guns) nas guitarras, Weber na guitarra e no baixo e Johnny Kreis na bateria.

Naqueles tempos, Axl Rose também foi vocalista do já mencionado L.A. Guns, que trazia ainda Tracii Guns na guitarra, Ole Beich no baixo e Rob Gardner na bateria. Em 1985, tomou-se a decisão de unir as duas bandas, gerando o Guns N’ Roses com Rose no vocal, Guns e Stradlin nas guitarras, Beich no baixo e Gardner na bateria. Com o tempo, todos foram saindo até permanecerem apenas Axl e Izzy com Slash (guitarra), Duff McKagan (baixo) e Steven Adler (bateria). O L.A. Guns voltou a existir, mas o Hollywood Rose, não.

Korzus

Para fechar, um nome orgulhosamente nacional. O Korzus, uma das primeiras bandas de thrash metal do Brasil, foi criado em 1983 por Marcello Pompeu (vocal), Marcello Nicastro (guitarra), Silvio Golfetti (baixo) e Luiz Maurício S. Oliveira “Brian” (bateria). Chamavam-se inicialmente Hand of Doom, como uma homenagem à música do Black Sabbath.

Mudaram o nome para Korzus e passaram a contar com Pompeu, Brian, Golfetti já na guitarra, Eduardo Topermann na outra guitarra e Dick Siebert no baixo. Gravaram a primeira demo em 1984. No ano seguinte, participaram da coletânea SP Metal II, com as músicas “Guerreiros do Metal” e “Príncipe da Escuridão”. O álbum de estreia, Sonho Maníaco, saiu em 1987 e teve bateria gravada por Zema Paes, que faleceu naquele ano.

Entre uma série de mudanças de formação, o Korzus conta hoje com Marcello Pompeu no vocal, Dick Siebert no baixo, Rodrigo Oliveira na bateria e Heros Trench e Antonio Araújo nas guitarras.

Desativar verificaçãoSugestões Premium

Desativar verificaçãoSugestões Premium

Desativar verificaçãoSugestões Premium