SZA, um dos principais nomes da música mundial dos últimos tempos, se manifestou em relação à polêmica do Grammy 2023 envolvendo Beyoncé. Apesar de ter conseguido se tornar a pessoa mais premiada da história da Academia com um recorde de 32 troféus, o nome da superestrela foi reverberado por muitos acharem injusto ela não ter vencido a categoria máxima de álbum do ano, onde concorria com o disco Renaissance. Apesar de possuir uma discografia de peso, Beyoncé nunca faturou esse troféu.
Em entrevista concedida ao Los Angeles Times, SZA disparou sem papas na língua: “Ela [Beyoncé] é muito maior do que a p**** de um Grammy”.
“Ela é a Beyoncé! Ela fez isso pelas mulheres, fez pelos negros, fez pelos artistas. Ela fez muito pelo mundo apenas sendo ela mesma”, finalizou a artista que é um dos nomes mais cotados para o Grammy de 2024.
Grammy, racismo e boicotes
O fato de Beyoncé ter perdido a estatueta para Harry Styles (Harry’s House), reacendeu debates acerca do apagamento de artistas negros promovido pela premiação. O público e alguns artistas negros já haviam chamado a atenção para o problema.
Em 2020 The Weeknd lançou o aclamado After Hours e teve a música mais reproduzida do ano com a faixa Blinding Lights, não obstante, não teve o seu trabalho notado pela premiação em 2021. O fato fez com que o canadense denunciasse a Academia.
“Por conta dos comitês secretos do Grammy, pedi para minha gravadora não enviar mais a minha música para esta premiação”, declarou na época e desde então mantém o boicote.
Além de The Weeknd, outros artistas negros da música como Frank Ocean e Drake aderiram o boicote e decidiram não submeter os seus trabalhos ao Grammy Awards.
Uma denúncia interna
Após a percepção dos artistas e do público em relação ao favorecimento de homens brancos por parte da academia, uma denúncia “interna” colocou ainda mais fogo na discussão. Depois de ser demitida da chefia da Recording Academy, Deborah Dugan denunciou que a academia agia corruptamente.
Deborah Dugan denunciou Grammy após demissão (Reprodução: Jamie McCarthy/Getty Images)
“Fui recrutada e contratado pela Recording Academy para fazer uma mudança positiva; infelizmente, não fui capaz de fazer isso como CEO”, disse à CNN na época. “Portanto, em vez de tentar reformar a instituição corrupta por dentro, continuarei a trabalhar para responsabilizar aqueles que continuam a negociar, manchar o processo de votação do Grammy e discriminar mulheres e pessoas de cor. Artistas merecem melhor. Para mim, este é o verdadeiro significado de se posicionar”, finalizou.
Desde então o posicionamento firme e público da ex-CEO tem servido como base para fomentar os debates acerca do apagamento de artistas negros em premiações como o Grammy.
Foto Destaque: SZA fala sobre Beyoncé não ter vencido categoria máxima do Grammy (Divulgação: Mike Coppola/XO/Getty Images – montagem nossa)
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