O carnaval terminou neste domingo arrastando foliões que se recusam a aceitar que a festa chegou ao fim. A farra em 2023 na cidade também termina com uma disputa — saudável — entre o tradicional e o novo sobre quem tem mais foliões. A Riotur afirma que o Fervo da Lud, da cantora Ludmilla, e o Cordão da Bola Preta acabaram empatados, com público de um milhão cada. Um sinal de que hoje o bloco centenário, que antes corria para ultrapassar o Galo da Madrugada, de Recife, conta com concorrentes de peso no Rio.
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Para chegar ainda maior em 2024, o Bola Preta pretende literalmente aumentar o som, utilizando torres, e não só trios, ao longo do desfile. Já Ludmilla, que em 2020 reinou com o maior bloco, considera ter feito a festa mais grandiosa novamente. A sua expectativa inicial era de 600 mil foliões. A prefeitura chegou a divulgar que o Fervo da Lud havia sido maior que o Bola Preta, causando indignação no presidente do cordão, Pedro Ernesto Marinho. Mas, depois, a Riotur voltou atrás, decretando o empate. No passado, o bloco mais tradicional do Rio chegou a arrastar mais de dois milhões.
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Mesmo ainda muito cheio, o cordão quer mais:
— Não vamos mudar o perfil do bloco — diz Marinho, adiantando, por outro lado, estratégias para o próximo carnaval: — Vamos fazer uma grande campanha nas redes sociais para mostrar o quanto foi bom o desfile de 2023, trazendo assim mais gente em 2024. Este ano foi sensacional e tranquilo. Não tem necessidade de trazer novas personalidades. Mas vamos trabalhar o som. Hoje, estamos restritos aos trios elétricos. Pretendemos no ano que vem ter torres de som em vários pontos do desfile.
Perfis diferentes
O presidente do Bola Preta confessa ter ficado chateado com a contagem inicial que dava mais gente no Fervo da Lud:
— Em 2020, nosso desfile estava cheio, mas no final, foi dito que tinha 630 mil foliões, e o Fervo da Lud, um milhão. Isso chateou bastante a gente, pois com certeza não teve essa diferença. Este ano, corrigiram. É só olhar o drone que acompanhou o desfile — afirma Marinho, ressaltando: — O Bola Preta faz um desfile tradicional desde 1918. E a Ludmilla tem outro perfil. A gente respeita, é tranquilo.
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Em suas redes, a funkeira postou que seu público foi de mais de um milhão, dizendo que, “mais uma vez, quebramos um recorde e colocamos a cidade do Rio de Janeiro e quase 2M de pessoas pra dançar”.
Um dia antes do Monobloco, no último fim de semana de folia, a cantora Anitta atraiu, também no Centro, cem mil pessoas, segundo a Riotur. Para Rita Fernandes, presidente da Sebastiana, associação dos blocos do Rio, os megablocos não cresceram este ano, um reflexo de novas preferências entre o público.
— Os megablocos mantiveram público grande, mas não aumentaram em relação aos anos anteriores. O bloco da Anitta não estava tão cheio. Isso mostra que há uma tendência, principalmente dos mais jovens, de buscar novas alternativas — afirma ela, indicando que os foliões têm se espalhado mais com o surgimento de mais blocos fora da lista oficial da Riotur.
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