O lendário Chorão marcou uma geração de jovens que cresceram nos anos 1990 e 2000 ao som icônico de Charlie Brown Jr. Para quem admira o artista, esta segunda-feira, 06, é uma data muito marcante — isso porque o artista faleceu há exatos 10 anos, no dia 06 de março de 2013, em São Paulo.
Alexandre Magno Abrão fez história na música com letras fortes e amorosas. Com 20 anos de carreira, ele lançou dez álbuns cheios de reflexão e potência. Também, sempre na arte, participou de um longa-metragem de ficção. Nada parecia impossível para o skatista sensível.
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A matéria de capa da Rolling Stone Brasil publicada em abril de 2013 e assinada por Maurício Monteiro Filho traduziu o sentimento de saudades que muitos têm pelo artista. A partir da reportagem, selecionamos 5 momentos marcantes da vida do Chorão:
Apelido
As pistas de skate são influências marcantes na vida de Chorão. Desde jovem o artista se arriscou nas manobras e, inclusive, foi em uma das aventuras skatistas que Alexandre conquistou o apelido que o acompanharia para a vida inteira.
O começo
Antes da criação do Charlie Brown Jr. que conhecemos hoje, em 1991, Chorão encontrou Champignon, que tinha apenas 12 anos na época, pela primeira vez. Tempos depois, os dois criaram o CBJ em conjunto com “as guitarras de Thiago e Marcão e a bateria de Renato Pelado”.
As primeiras músicas da banda eram em inglês e os sons eram bem pesados. Duas influências do grupo na época, como a reportagem recorda, eram: Biohazard e SuicidalTendencies.
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A primeira demo
Com o grupo completo, Chorão e os companheiros decidiram gravar a primeira fita demo, mas estavam sem dinheiro. Mesmo quando Champignon vendeu o próprio baixo, a banda não tinha o valor necessário para reservar um estúdio.
“Para inteirar o valor, Chorão decidiu se arriscar. Ele morava com o pai, seu Geraldo, e teve a ideia de vender a única TV que a família tinha, sem o consentimento paterno. Ele e Thiago pegaram o modelo de 29 polegadas e a levaram ao dono de uma loja. Na hora de tirá-la do carro, Thiago não aguentou o peso e deixou o equipamento cair. Por sorte, o comprador não viu a queda – nem o estrago feito no vidro do aparelho. Os dois pegaram o dinheiro e fugiram o mais rápido que puderam”, conta Maurício Monteiro Filho.
Abertura para eventos de skates
A demo gravada com a TV – roubada e quebrada – fez sucesso e abriu as portas do mundo dos shows para a banda. A fita chegou nas mãos de Cecília Mãe, da revista Tribo Skate. A jornalista se mostrou interessada no trabalho do grupo e organizou, em eventos de skate, apresentações da banda. Com isso, Chorão deslanchava nas pistas em que cresceu.
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A evolução sonora
Antes com sons mais pesados e em inglês, a banda teve uma transformação sonora depois de encontrar o produtor Tadeu Patolla. A partir daí, o grupo revelou a potente e incrível sonoridade que conhecemos. Com letras em português e a mistura de gêneros – como “hip-hop, reggae, ska e hardcore” – Chorão e o CBJ firmaram uma marca atemporal.
Com a renovação do estilo musical, Chorão traduziu para diferentes gerações as próprias experiências e inseguranças e se tornou um dos artistas mais influentes e lembrados da música brasileira.
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