Com o auge do grunge, surgido em Seattle, muitas bandas começaram a ser classificadas naquilo que começou a se tornar um subgênero do rock. Até mesmo grupos que sequer vinham da cidade no estado americano de Washington. Uma delas é o Stone Temple Pilots, formado em 1989 em San Diego, na Califórnia – a aproximadamente 2 mil km de distância do local onde nasceu o movimento.
Não é de se estranhar que os integrantes do Stone Temple Pilots não se enxerguem como grunge. O baixista Robert DeLeo confirmou essa impressão ao falar com a estação de rádio americana 107.7 The Bone (via Blabbermouth).
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“Acho que nós quatro nunca colocamos nenhum tipo de nome no tipo de música que estávamos fazendo. Acontece que chegamos a um momento em que as pessoas neste negócio estavam criando esses termos. É um ponto de venda – é tudo um ponto de venda – e fomos pegos, assim como outras bandas, em um ponto de venda para as gravadoras ganharem dinheiro.”
Dito isso, DeLeo apontou uma música do STP que considera não ter nada a ver com grunge. Trata-se de “Interstate Love Song”, single do segundo álbum de estúdio da banda, Purple (1994). O baixista afirma que ao compor a canção, adotou uma influência que remete ao Brasil: a da bossa nova.
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A ‘Interstate Love Song’ é grunge? Acho que não. Na verdade, eu a compus como uma música de bossa nova; foi assim que começou.”
A faixa, vale destacar, também apresenta referências do rock alternativo como um todo, do hard rock e até do country. Ouça ‘Interstate Love Song’, do Stone Temple Pilots, na íntegra abaixo:
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Stone Temple Pilots e “Interstate Love Song”
Robert DeLeo foi o responsável por criar a melodia de “Interstate Love Song”, enquanto o vocalista Scott Weiland, como de praxe, escreveu a letra. O baixista apresentou a canção após seu irmão, o guitarrista Dean DeLeo, ouvi-lo tocar os acordes no violão em um quarto de hotel.
Outros relatos apontam que, de fato, a faixa se encaixava no gênero bossa nova quando começou a ser criada. A inclinação ao estilo típico do Stone Temple Pilots veio quando Weiland cantou a letra a seu modo. Curiosamente, os acordes utilizados são similares ao de “I Got a Name”, canção de Jim Croce lançada em 1973.
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