Ele canta, é multi-instrumentista, faz composições, produções, arranjos e mixagem. Érico Moreira é um músico ativo e com diversos talentos.
Indicado duas vezes ao Grammy Latino e premiado em 2023 na categoria de Melhor Álbum de Engenharia de Gravação, Érico está prestes a lançar seu 3° disco de estúdio e planeja entrar em turnê na Europa.
Vem ler o bate-papo descontraído do músico com a Abramus e conferir curiosidades sobre a sua carreira.
1- Em 2023, você lançou o single Zum Zum Zum. Conte como está a divulgação desse trabalho e a repercussão da música.
É uma música que eu fiz para Paraty, município do estado do Rio de Janeiro. A repercussão em Paraty foi muito boa. Eu estou bem feliz. Muita gente me escreveu pra falar que se identificou com a letra, que ela fala muitas coisas sobre a realidade das pessoas que são de Paraty, que de certa forma conseguem compreender melhor por se tratar de situações cotidianas.
A música é um trabalho autoral e independente. Fiz algumas entrevistas para divulgá-la e ela também entrou em algumas playlists de plataformas, como o Spotify.
2- Você foi o engenheiro de som e mixer do álbum “Canto a La Imaginación”, da Marina Tuset, que ganhou o Grammy Latino 2023 na categoria de Melhor Álbum de Engenharia de Gravação. Como foi a experiência de participar da produção do álbum e ver esse trabalho sendo premiado no Grammy?
Fazer esse trabalho com Marina Tuset foi uma honra pra mim! Eu admiro muito a carreira dela como cantora, compositora e agora – depois de ter feito esse trabalhado lado a lado comigo – dando os primeiros passos como produtora musical. Foi tudo muito enriquecedor, tanto pra mim quanto pra ela, que participou de cada processo do álbum, foi um trabalho bem artesanal. A gente fez tudo no meu home studio: composição, gravação, produção e mixagem.
Foi muito gratificante receber o Grammy porque a gente sabe que o artista independente tem o trabalho autofinanciado e é um caminho árduo. Depois de materializar um álbum com poucos recursos, receber a premiação dá um ânimo, um gás pra gente continuar. E nós estávamos competindo com artistas de toda América Latina, o que faz esse reconhecimento ser ainda mais maravilhoso.
Estamos muito felizes e já começamos a produzir coisas novas… logo mais vamos lançar o 2º álbum da Marina e Zum Zum Zum também é um adiantamento do que vai ser meu 3º disco de estúdio!
3- Você além de cantor e compositor também é produtor musical. Considerando as três vertentes da indústria musical, por qual delas você nutre mais encanto e por quê?
Pra mim, tudo isso é uma coisa só! Por exemplo, quando eu estou compondo uma música também já estou pensando no arranjo. Acho que todas essas facetas têm o mesmo peso e, no final das contas, são uma coisa só. Eu estou tão habituado a fazer todos esses processos que eu acho que não tem nenhum que seja mais importante do que o outro.
Em específico, a composição pra mim é uma necessidade. Geralmente quando eu não estou muito bem e sinto que tem algo dentro de mim que precisa sair, identifico a situação e transformo em obra. Eu sou muito ativo na composição e sempre estou atento a esses momentos.
Na produção também… além de produzir os meus trabalhos, faço a produção de outros artistas. Não são muitos porque a minha metodologia de trabalho é muito focada. Eu não encaro esse processo como uma forma de ganhar dinheiro, então eu não consigo entrar num projeto se eu não crio um profundo envolvimento. Essa característica também acaba ficando impressa no meu trabalho. Ele é feito com muito cuidado, muita calma, sem pressa. Essa maneira imediatista do mercado não é pra mim, eu não consigo trabalhar nesses moldes. Eu preciso de tempo de maturação. Às vezes a inspiração não vem, a gente não sabe a hora que ela vai chegar, mas eu sempre estou preparado para que quando ela chegue eu possa imprimi-la.
4- Seu álbum mais recente, “Dentro da Matrix”, foi produzido de forma totalmente independente. Você fez as composições, produções, arranjos e mixagem. Conte como foi esse processo, os maiores desafios enfrentados e se o resultado atingiu a sua expectativa.
A produção foi feita de maneira muito natural e despretensiosa. Esse projeto estava há um tempo parado devido a um outro trabalho que eu estava me dedicando.
Quando eu retomei Dentro da Matrix fui fazendo sem muita pretensão de ser um álbum. No começo, eu não tinha uma visão geral e nem o conceito do disco, mas à medida que eu fui trabalhando nele o disco foi nascendo. Inicialmente eu lancei os singles até que chegou o momento que eu decidi lançar o álbum.
Eu fiz todos os processos do disco sozinho, só a masterização que foi realizada pelo Felipe Tichauer. Esse disco também foi indicado ao Grammy de 2022, mas eu não levei a premiação. Apesar disso, foi muito bom ter a indicação porque foi um sinal de que eu estava no caminho certo e que eu deveria acreditar mais no meu trabalho. A gente que é artista às vezes passa por muitos momentos de insegurança e incerteza e essas coisas ajudam a gente a entender que estamos no caminho certo. Esse trabalho é muito importante para mim por tudo isso que aconteceu.
5- Como funciona o seu processo criativo de composição? Quais são suas fontes de inspiração nesse momento?
O meu processo varia muito, cada música nasce de uma maneira diferente. Geralmente o ponto de partida é com uma ideia melódica, eu pego o violão e começo a tocar… deixo fluir. Já as composições costumam ser sobre coisas que eu vivi, li ou ouvi. Eu não faço música de ficção, imaginando uma história, são sempre coisas reais e com profundidade.
Eu tenho uma composição recente que eu fiz ela inteira numa viagem de avião. Quando cheguei em casa, peguei o violão e a música acabou saindo bem rapidamente e encaixou perfeitamente com aquilo que eu queria dizer.
6- O ano acabou de começar, quais são seus planos na música para 2024?
Eu vou lançar meu 3º álbum de estúdio: Divina Presença. Estou muito animado e na expectativa por tudo que virá com esse lançamento. Também quero fazer a minha primeira turnê europeia. Apesar de morar na Europa, ainda não fiz nenhuma turnê. Vencer o Grammy Latino 2023 na categoria de Melhor Álbum de Engenharia de Gravação me abriu muitas portas. Então acredito que o ano será muito próspero na música! Estou bem feliz!
7- Para você, como é a experiência de ser titular Abramus, associação que defende o direito autoral de seus titulares de forma ética e transparente.
A minha experiência com a Abramus é muito boa! Eu me filiei há pouco tempo e como estou fora do Brasil, eu ainda não tinha vivenciado um contato mais próximo. Recentemente visitei a sede em São Paulo e fui muito bem recebido por todos. Conheci as equipes e fiquei muito feliz com a recepção e acolhimento.
Acho maravilhoso poder contar com uma associação que é parceira e está ao lado do artista trabalhando de maneira transparente.
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