Publicado em 11/12/2023.
Ele é pianista, mas também toca sanfona, baixo, violão e escaleta. O multi-instrumentista, Felipe Montanaro, apesar de jovem, trilha uma carreira próspera no cenário da música instrumental.
Confira o bate-papo do músico com a Abramus e conheça mais sobre o seu trabalho.
1 – Você começou a tocar piano na infância, aos 8 anos de idade. Conta pra gente como foi esse momento e o que fez você se identificar justamente com esse instrumento musical.
Meu desejo era aprender piano por conta do aspecto visual, meio lúdico, que ele tem. Fiquei curioso para apertar as teclinhas brancas e pretas e ouvir o som. Como eu era uma criança de 8 anos, minha mão ainda era um pouco pequena para ter uma boa desenvoltura no piano, então iniciei no teclado, mas depois de algumas aulas foi possível fazer a migração para o piano. A partir daí, fui estudando o instrumento e foi só alegria.
Para mim, o contato com a música se inicia a partir do momento que começamos a perceber os sons, ou seja, ainda dentro da barriga de nossas mães. Conforme vamos estudando, amadurecendo o ouvido e a sensibilidade, essa ligação vai ficando mais profunda. Minha experiência com o piano se desenvolveu dessa forma.
2 – Em qual momento da sua vida você teve a certeza de que queria trabalhar com música e tocar piano se tornou além de uma paixão, também o seu trabalho?
Certeza eu não tenho de nada, mas acho que com uns 10 anos de idade eu já tinha na cabeça que queria trabalhar com música.
Minha carreira, de forma profissional, iniciou em meados de 2022, quando comecei a integrar o Trio Maniva junto com o baixista João Velhote, e o baterista Rodrigo Fuji.
Começamos a nos apresentar no segundo semestre de 2022, e em maio de 2023 lançamos o nosso primeiro álbum com composições autorais. Também neste ano, em janeiro, iniciei um projeto em duo com o flautista Rafael Beck, e em outubro lançamos nosso primeiro álbum pela Biscoito Fino, que contou com a participação mais do que especial do grande mestre: Ivan Lins! Um momento de alegria total!
3 – Você explora diversos formatos de trabalho. Além de possuir o seu projeto solo, também toca com outros músicos integrando um projeto de duo, e outro de trio. Para você como músico, quais os desafios de compor formatos distintos?
O desafio é saber se encaixar dentro de cada formação e ouvir o que os outros músicos estão tocando para interagir musicalmente com eles. No solo é possível ter mais liberdade nesse sentido, mas perde-se essa troca musical.
4 – Seu EP Raízes possuí duas músicas autorais (Choro n°1 e PoiZé) e uma releitura de Tristeza do Jeca, de Angelino de Oliveira. Como você avalia esse primeiro trabalho solo?
As músicas fazem parte de um projeto que eu gravei há dois anos, mas só consegui lançar agora. Apesar do tempo, ainda considero um álbum muito bonito.
5 – Como funciona o seu processo criativo para desenvolver músicas novas e fazer releituras?
Eu vou criando de acordo com o que aparece na minha cabeça. Isso vale para composições, improvisos e arranjos. Faço as músicas de acordo com o meu gosto, preservando a minha personalidade artística e gerando uma identidade musical muito orgânica.
Geralmente, surge uma ideia quando estou tocando ou fazendo qualquer outra coisa. E aí, vou desenvolvendo e fazendo experimentos, gravo tudo no celular (seja tocando o instrumento, cantando ou mesmo assobiando) para não perder a ideia. Depois vou aprimorando até chegar num resultado que eu considere bonito. Em algumas raras vezes a música já saí praticamente completa.
Eu costumo compor sozinho, mas também tenho músicas em parceria no meu projeto de duo.
6 – Como foi a experiência de abrir os shows de Hermeto Pascoal e Guilherme Arantes, artistas que você admira, tocando no projeto duo que você faz parte?
Foi ótimo conhecer pessoalmente dois grandes compositores e ter a honra de tocar para seus respectivos públicos nos shows.
Minhas influências englobam desde música caipira até rock and roll, mas a concepção musical que mais me influencia é a de “Música Universal”, criada por Hermeto Pascoal. Ela permite o fazer musical de forma livre, possibilitando misturar qualquer ritmo ou gênero (forró, música clássica, jazz, etc.) em busca do melhor resultado sonoro possível. Por isso, foi tão especial e gratificante conseguir estar perto desse grande ídolo!
7 – Para você, como é a experiência de ser titular Abramus?
Trabalhar com música é o que eu mais amo fazer! E contar com o trabalho e apoio da Abramus me deixa muito feliz! É uma alegria ser associado e estar junto de tantos grandes nomes da música brasileira, que também estão na Abramus!
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